segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Análise de duas manchetes que trazem à tona a mesma notícia (opinião pública de alguém sobre política) de forma diferente

Presidente da Companhia das Letras divulga carta em apoio a Haddad
(Exame, 17 de outubro de 2018).

(Companhia das Letras/Divulgação)



Nessa manchete percebemos que o uso do substantivo “presidente” causa um grande impacto, pois o cargo de presidente é avaliado pela sociedade como uma posição poderosa, também percebemos que “presidente” não tem marcação de gênero (-a), logo, não sabemos se “presidente” é feminino ou masculino. Além disso, consta na manchete a empresa pela qual se é presidente “Companhia das Letras”, a qual tem seu valor no mercado. O verbo “divulgar” está no presente, isso nos dá a sensação de que a notícia é recente, acabou de ser divulgada, se estivesse no tempo pretérito perfeito “divulgou” não traria a sensação de algo novo, mas sim, de algo que já passou. E, por fim, o verbo “apoiar” traz um sentido positivo, pois indica que já ouve uma tomada de decisão. Ser uma pessoa decidida é uma característica atribuída como boa pela sociedade.



Bolsonaro é irmã de tempos tenebrosos, diz editor Luiz Schwarcz
(Folha de São Paulo, 16 de outubro de 2018).



Nessa situação observamos que a manchete foi elaborada a partir de informações retiradas do conteúdo da notícia. Essa tática foi usada com a intenção de resgatar o adjetivo “tenebrosos” que chama a atenção do leitor por se tratar de uma palavra que traz um significado negativo – e assustador. Essa manchete chama a atenção para o conteúdo e não para a sua origem (por quem disse). Por isso, Luiz Schwarcz, é mencionado como editor e não como presidente (que tem mais credibilidade e chama mais atenção). Mais uma vez o verbo “dizer” está posto no tempo presente, trazendo a sensação de novidade.

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